quinta-feira, 5 de março de 2009

ECONOMIA SOLIDÁRIA - UM RELATO

A experiência do Banco Palmas ampliou-se para o que se chama de Economia Solidária, ou ECOSOL.


Conheço pouco sobre o assunto, mas ao final de 2003 e todo o ano de 2004 trabalhei com jovens do Liceu de Artes e Ofícios da Bahia para que eles construíssem um projeto e estimulassem outros jovens do
seus bairros a constituírem uma espécie de cooperativa fundada na Economia Solidária.


A idéia é realmente maravilhosa e encantadora e pode funcionar sim. Os jovens se empenharam bastante. O que pode emperrar é que não temos a cultura de cooperativa. As relações que carregamos no nosso cotidiano de trabalho e mais valia atrapalham os relacionamentos e impactam nas tarefas a serem realizadas. Certamente há lugares que conseguiram ter êxito!


No entento, lá para 2004, uma mulher, ativista que não lembro o nome, conseguiu a duras penas e a longos anos de militarismo fazer o governo federal reconhecer a Economia Solidária como alternativa de geração de renda para localidades com baixo poder aquisitivo.


Não sei exatamente como isso está regulamentado, mas em desde a época que trabalhei com o s jovens, existiu um incentivo federal a várias instituições do terceiro setor e a sociedade civil organizada para projetos e cooperativas nesta linha. O fato é que o governo disponibilizou recursos e incentivos para formação de pessoas e cooperativas em ECOSOL. Antes, os incentivos eram voltados somente para cursos e atividades técnico-profissionalizante (os traicionais cursos de carpinteiros, manicure, informática, etc), o que não garante renda ou inserção no mercado de trabalho e ainda são qualificações profissionais que ocupam cargos com salários baixos.
Ou seja, uma luta de anos que foi legitimada pelo país.


Uma cooperativa, se bem estruturada, atende bem a pessoas que não têm (ou têm pouca) perspectiva de melhoria de vida.



Outro indicador do crescimento e legitimação do Banco Palmas e da Economia Solidária é que tem mestrado nana área na escola de ADM da UFBA.


Em dezembro houve um encotro regional ali na orla, onde tem a feirinha do Mauá (esqueci o nome do lugar). Me surpreendi também com uma comunidade da zona rural de Simões Filho, chamada de Santa Luzia, onde também fora criado o Banco. Lá, segundo Rita, uma representante comunitária, o banco ajuda muito as pessoas, mas o projeto ainda "está devagar".


Eu sinceramente considero um ganho mesmo estas iniciativas, ações e incentivos, sejam do governo ou de organizações civis. E reconheço que dá um trabalhão se consolidar enquanto coletivo nesta vida tão individual.




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Um comentário:

Janela da Cuca disse...

Oh, gatinha, acredito que estas iniciativas podem dar certo, mas que dependem muito de quem as executa. A maioria que vi organizar-se não tinha o coletivo forte o suficiente para vencer o individual ou acabava no velho idealismo e má administração, ou seja, a própria combinação da falência! Neste mundo globalizado, onde a crise especulada é mais forte que a crise de fato, onde ao redor do buraco é tudo beira, concordo contigo que ações deste tipo, qd bem guiadas pode ir além. Salve os empreendedores que fazem sucesso e não usurpam tudo que vem de lucro, inclusive os louros! ah! Falei demais! bjs