sábado, 1 de novembro de 2008

VIDA CAPITAL - Peter Pál Pelbart - trecho

PODER SOBRE A VIDA, POTÊNCIAS DA VIDA


Biopoder – poder sobre a vida

Biopotência – poder da vida

(Deleuze)


“De fato, como poderia o império atual manter-se caso não capturasse o desejo de milhões de pessoas? Como conseguiria ele mobilizar tanta gente caso não plugasse o sonho das multidões às megamáquina planetária? Como se expandiria se não vendesse a todos a promessa de uma vida invejável, segura, feliz?” p.20


“Através dos fluxos de imagens, de informação, de conhecimento e de serviços que acessamos constantemente, absorvemos maneiras de viver, sentidos de vida, consumimos toneladas de subjetividades.” p.20 – novo modo de relação entre o capital e a subjetividade.


O CAPITALISMO SE ESTABELECE – capitalismo cultural, economia imaterial

- inicialmente pela captura dos desejos da multidão


BIOPOLÍTICA, SOCIEDADE DO ESPETÁCULO

- através da mídia e da propaganda, penetra e coloniza o aparentemente inviolável inconsciente; mobiliza essas esferas


O IMPÉRIO SE NOMADIZOU – capitalismo em rede

- falência lógica da fortaleza: expansão da lógica de fluidez

- enaltece as conexões, a movênia

- produz novas formas de exploração e de desligamento


A MAIORIA ESTÁ DESPLUGADA DA REDE DE VIDA

- por que o direito de engatar-se migra do âmbito social para o âmbito comercial


“Em outras palavras: se antes a pertinência às redes de sentido e de existência, aos modos de vida e aos territórios subjetivos dependia de critérios intrínsecos tais como tradição, direitos de passagem, relações de comunidade e trabalho, religião, sexo, cada vez mais este acesso e mediado por pedágios comerciais, impagáveis para a maioria”. p.21


“Que possibilidades restam nessa conjunção de plugagem global e exclusão maciça de produzir territórios existenciais alternativos àqueles ofertados ou mediados pelo capital?” p.22


É PRECISO INSTRUMENTOS ESQUISITOS PARA AVALIAR A CAPACIDADE DE CONSTRUÍREM TERRITÓRIOS SUBJETIVOS OS “EXCLUÍDOS”.


“Que capacidade social de produzir o novo está disseminada por toda parte, sem estar essa capacidade subordinada aos ditames do capital, sem ser proveniente dele nem depender da valorização?” p. 22


TODOS PRODUZEM CONSTANTEMENTE. “produzir é inventar novos desejos e novas crenças, novas associações e novas formas de cooperação.” p.23


A INVENÇÃO É A POTÊNCIA DO HOMEM COMUM!


A VITALIDADE COGNITIVA E AFETIVA É SOLICITADA E POSTA A TRABALHAR – pelo capitalismo

- vida capital

- A dimensão subjetiva e extra-econômica era antes relegada ao privado, ao pessoal.


“São requisitados dos trabalhadores sua inteligência, sua imaginação, sua criatividade (...) sua afetividade (...)” p.24


AS FORÇAS VIVAS PASSAM DE RESERVAS PASSIVAS À MERCER DO CAPITAL E SER O PRÓPRIO CAPITAL; A PRINCIPAL RIQUEZA DO CAPITALISMO


BIOPOLÍTICA (FOUCAULT – século (xviii)

– modalidade de exercício de poder sobre a vida

– vida biológica


POTÊNCIA DE VIDA (DELEUZE)

- o conceito de vida inclui a sinergia coletiva, cooperação social e subjetiva (inteligência, afeto, cooperação e desejo)

- não mais reduzida à função biológica


A luta contra a dominação e exploração está ao lado da luta contra as formas de assujeitamento, de submissão da subjetividade.


Superposição das 3 dimensões: povo, multidão, massa.


EXTENSÃO DO IMPÉRIO

- modalidade de controles mais sofisticados

- territorialismo generalizado

- militarização do psiquismo mundial



“Há algo no império que é puro desfuncionamento”. p.27


PELBART, Peter Pál. Vida Capital. SP: Iluminuras, 2003. 252p.




Um comentário:

Unknown disse...

Acabei de ler Multidão Contra o Império de Negri e Hardt e vou iniciar a leitura de Vida Capital. É necessário se localizar neste pós-geral para se propor combater a opressão.